segunda-feira, agosto 27

Você sabe o que é um Espeleotemas

Estalactite em formação
Chama-se de espeleotema uma formação rochosa originada pela dissolução de minerais e sua recristalização em níveis inferiores no teto, paredes e chão das cavernas. A substância mais comum nesse processo é o carbonato de cálcio, que, ao recristalizar, formam os minerais calcita ou aragonita. Já quando há magnésio dissolvido é formada a dolomita. Outros possíveis minerais formadores de espeleotemas são a gipsita (sulfato hidratado de cálcio), e a malaquita (carbonato básico de cobre).

A água que penetra pelas paredes de uma caverna traz bicarbonato de cálcio dissolvido. Ao entrar em contato com a atmosfera da caverna, ela libera CO2, pela diferença de concentração desse gás. Com isso, resta na água apenas calcita que por ser um mineral pouco solúvel, deposita-se (precipita) e começa a formar-se um depósito de carbonato de cálcio, o espeleotema. Caso isso aconteça no teto da caverna, surgirá provavelmente uma estalactite. 

O tempo de formação de um espeleotema varia bastante. Vai depender do volume de água envolvido, da velocidade de gotejamento, do teor de gás carbônico na água, da temperatura, da altura do teto etc. 

Os espeleotemas mais comuns são as estalactites, as estalagmites (figuras ao lado) e as colunas. 

a   a)  Estalactites: formam-se por gotejamento através de fendas ou furos no teto. A água desce pela fenda ou furo e, ao chegar ao teto da caverna, para em razão da tensão superficial, formando uma gota. Com isso, o carbonato de cálcio precipita, como um anel em torno da gota. Quando a gota fica grande o suficiente para cair, a água se vai e o carbonato de cálcio fica aderido à rocha. O processo se repete continuamente e assim vai surgindo a estalactite (do grego stalassein, que significa pingar). Os anéis unem-se uns aos outros, formando tubos cilíndricos com 2 a 9 mm de diâmetro interno e paredes com aproximadamente 0,5 mm de espessura. Esses tubos crescem rumo ao chão, de 6 a 25 mm por século. A forma cônica surge pelo escorrimento da água pela parte externa de suas paredes.

b) Estalagmites: formam-se de modo similar, a partir do sal que ainda ficou na gota quando esta caiu no chão. A água evapora e ele precipita, formando uma estrutura semelhante à estalactite, mas que cresce debaixo para cima. A estalagmite costuma ser cilíndrica e com a ponta arredondada. Pode ter mais de um metro de diâmetro e vários metros de comprimento. Na maior parte dos casos, há uma estalagmite para cada estalactite, mas as primeiras podem se juntar em maciços estalagmíticos.

c) Colunas: formam-se pela união de uma estalactite com uma estalagmite.

d) Escorrimentos: ao longo das paredes da caverna podem surgir outros tipos de formação, que recebem nomes como órgãos, candelabros, pingentes, discos, folhas e cascatas rochosas, dependendo da forma.

e) Cortinas: interessante figura formada em tetos inclinados, onde a água, em vez de pingar, escorre sempre pelo mesmo caminho, criando finas paredes onduladas. Essas cortinas podem atingir o chão e se tornar muito espessas e resistentes

f) Helictites e heligmites: espeleotemas espiralados que se formam em tetos, paredes, no chão ou mesmo sobre outros espeleotemas, por mecanismos não totalmente conhecidos e que, às vezes, lembram as raízes de uma árvore.


g) Flores: espeleotemas de aragonita, calcita ou gipsita, que se irradiam em todas as direções, a partir de um ponto central ou de um eixo. Algumas são esféricas como um dente de leão, outras lembram cachos de flores ou flocos de algodão.