quinta-feira, outubro 19

CPRM participa de inspeção técnica do rio Madeira promovida pelo DNIT e USACE

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) participou entre os dias 1º e 10 de outubro da inspeção técnica do rio Madeira promovida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). No período, foi percorrido o trecho entre Porto Velho/RO e Manaus/AM a fim de verificar as condições da hidrovia, o andamento dos trabalhos de dragagem em trechos críticos e analisar soluções para aumentar e garantir a navegabilidade desta importante rota de escoamento. Atualmente, mesmo apresentando fortes restrições de navegação durante os períodos de vazante, transporta-se mais de oito milhões de toneladas por ano na hidrovia do rio Madeira, sendo 56% soja.
Inspeção do rio Madeira entre Porto Velho e Manaus por técnicos do DNIT, USACE e CPRM

Além do pesquisador Giancarlo Bonotto do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a visita técnica foi realizada por cinco técnicos da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT em conjunto com 12 membros do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos (USACE). As atividades realizadas pelo grupo DNIT/USACE/CPRM foram inspeção de margens, bancos de areia, afloramentos rochosos e discussões sobre batimetria, estudos geomorfológicos, modelagem computacional, dragagem e outras soluções voltadas para garantir a navegação na hidrovia. A expedição também contou com o suporte e apoio da Marinha do Brasil, tanto durante as atividades desenvolvidas em terra quanto em água.
O engenheiro Giancarlo Bonotto destaca que a CPRM atua no rio Madeira há décadas e gera informações essenciais para a gestão deste importante recurso hídrico através da operação de estações da Rede Hidrometeorológica Nacional, do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) do Rio Madeira (sace.cprm.gov.br/madeira/) e de diversos estudos e levantamentos de campo. Dados disponibilizados para a sociedade e fundamentais para a operação e melhoria da hidrovia do Madeira. “As previsões hidrológicas que o SAH-Rio Madeira realiza durante o período de vazante são importantes, por exemplo, para auxiliar no planejamento das atividades de dragagem da hidrovia. Além disso, as batimetrias que realizamos no Madeira entre 2014, 2015 e 2016 são fundamentais para a modelagem hidrosedimentológica deste rio”, comenta.

O DNIT vem realizando desde 2016 um forte trabalho de modelagem e planejamento da hidrovia do rio Madeira em conjunto com o USACE e Marinha do Brasil, incluindo, entre outras iniciativas, modelagem hidrosedimentológica e hidráulica e a batimetria do trecho entre Porto Velho e a foz no rio Amazonas. Dentro deste contexto, há muito espaço para expandir a cooperação entre DNIT e CPRM em torno das hidrovias brasileiras, haja vista o grande potencial de otimização da navegação no rio Madeira e em outros rios brasileiros, tal como no rio Tocantins. “A utilização das batimetrias realizadas pela CPRM no trabalho de modelagem do DNIT e USACE comprovam que podemos contribuir muito para o crescimento do modal fluvial no Brasil através do fortalecimento da parceria com o DNIT, onde poderíamos, por exemplo, realizar mais campanhas de batimetria, estudos e levantamentos geomorfológicos de alta resolução, operar estações hidrometeorológicas e elaborar conjuntamente modelos hidrológicos e hidráulicos orientados para operação de hidrovias e alerta de eventos extremos”, conclui Giancarlo.
Técnicos do DNIT, USACE e CPRM que participaram da inspeção do rio Madeira entre Porto Velho e Manaus

Entrega de medalha de agradecimento do USACE e Embaixada Americana à Marinha do Brasil pelo importante apoio prestado ao longo da expedição

Engenheiro Giancarlo Bonotto durante inspeção da margem direita do rio Madeira 40km a montante de Manicoré/AM, onde ocorreu um corte natural de meandro na década de 80, o qual contribui fortemente para a deposição de sedimentos que se observa na estação da RHN em Manicoré