sexta-feira, março 14

CPRM monitora diariamente a evolução da cheia do Rio Madeira



Medição diária de descarga líquida com uso de     
medidor acústico

O Sistema de Alerta de Cheias no Brasil, operado há 30 anos pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), acompanha a previsão meteorológica disponibilizada por instituições por meio da coleta, do armazenamento e da análise de dados hidrológicos. E a partir dessa atividade, a empresa elabora a previsão hidrológica e faz a emissão de avisos para a Defesa Civil (nacional, estadual e municipal, CEMADEN e outros) em caso de risco de inundação. A CPRM também realiza há 44 anos o levantamento das informações hidrológicas da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) sob a coordenação da Agência Nacional de Águas.

Monitorar enchentes e diminuir a destruição de bens públicos e privados, assegurar a integridade física e garantir o bem estar do cidadão são deveres constitucionais das autoridades, que envolvem instituições de Governo, Entidades Políticas e Técnicas-Científicas, Defesa Civil, entre outros, em estreita colaboração e envolvimento com a sociedade.

Durante uma cheia histórica como a do Rio Madeira, técnicos  e pesquisadores da CPRM registram as marcas da cheia, as vazões, os registros da quantidade de chuva que caiu, os pontos de alagamentos na cidade, a mancha de inundação e outros aspectos técnicos. "Nós registramos o máximo de informações em campo para voltar para o escritório e junto com o planejamento da bacia, verificar quais seriam as melhores alternativas para proteger a comunidade de eventos daquela magnitude”, explica Thales Sampaio, diretor de Hidrologia e Gestão Territorial. Estas ações técnicas ajudam na resposta das autoridades competentes ao evento crítico e para as próximas cheias.

Engenheiros hidrólogos e técnicos de hidrologia do
 DEHID das Unidades Regionais de 
Porto Velho e Manaus

Desde janeiro de 2014, a CPRM acompanha a evolução da cheia do Rio Madeira, através da realização medições diárias de descarga líquida, com uso de medidor acústico e leitura da cota do rio na estação de Porto Velho. Uma equipe operacional de pesquisadores e técnicos em geociências (engenheiros hidrólogos e técnicos de hidrologia) do Departamento de Hidrologia (DEHID), das Unidades Regionais de Porto Velho e Manaus e, outra, atuando na  retaguarda,  de pesquisadores produzindo prognóstico e emitindo boletins hidrológicos diários, publicados no site da CPRM (Sistema  de Alerta Hidrológico – Rondônia), cujas informações são repassadas à Defesa Civil local e outras instituições em apoio às ações mitigadoras dos efeitos decorrentes da maior cheia já monitorada no Rio Madeira.

No dia 12 de março de 2014 a cota registrada na estação de Porto Velho indicava a evolução ascendente dos níveis d’agua e a medição de descarga líquida realizada registrou a vazão de 56.330 m3/s para uma cota lida na régua de 19,08 m. Na pagina da web www.cprm.gov.br são publicados boletins diários com estas medições e no link http://sace-acre.cprm.gov.br/sace-acre/ podemos acompanhar a evolução dos níveis em Porto Velho.

Pesquisadores da CPRM  repassando
 informações para a Defesa Civil

Conforme explica o chefe do Departamento de Hidrologia, Frederico Peixinho, um dos fatores que tem contribuído para a cheia extraordinária é o índice de precipitação que vem sendo registrado na bacia afluente de Porto Velho. Alega ainda que o Rio Madeira tem seus afluentes formadores os rios Guaporé, Mamoré e Beni. Todos estes rios têm suas nascentes na Bolívia e Peru, sendo neste último, boa parte das nascentes da Cordilheira dos Andes, com cotas que podem atingir cerca de 6.000 m de altitude.

Peixinho informou ainda que um novo grupo de especialista está sendo incorporada a equipe local para elaborar as marcas de cheias para cotas notáveis na cidade de Porto Velho e avaliando a possibilidade de produzir mapas de inundação para diversas cotas e/ou vazões a exemplo do que foi feito pela CPRM no munícipio de Governador Valadares. Os mapas de inundações associados as cotas/vazões são excelentes instrumentos de apoio aos planejadores e gestores de eventos extraordinários com o que está ocorrendo na região Amazônica.